CAPITULO ELETIVO
A Fraternidade do Sagrado Coração de
Jesus, de Petrópolis (RJ) celebrou no dia 18 de março, o seu Capítulo Eletivo.
Foram eleitos:
Maria Aparecida Oliveira da Silva (Ministra) e Jair José Ferreira (Vice); José
Carlos Melatti (1º Tesoureiro), Benedita de Carvalho (2ª Tesoureira); Luiz
Alberto Vianna (Formador), Marlene Andrade (1ª Secretaria), Deolinda Diniz (2ª Secretaria),
Marcio Andrade (Coord. de Comunicação), Ilza Leitão (SEI- Serviço aos Enfermos
e Idosos); e para o Conselho Fiscal - Carolina Luzia de Jesus, Maria Helena
Nunes Werner e Maria da Glória Alvarenga.
O Capítulo foi
presidido pelo Coordenador Regional para o Primeiro Distrito, Marco Antonio
Rodriguez, acompanhado pelo Assistente Regional Fr. Edcarlos Hoffmann, Ofmcap.
Os irmãos conselheiros eleitos
agradecem a confiança e contam com a colaboração de toda a Fraternidade com
suas orações, e participação na vida da Fraternidade para que, a fraternidade
realmente aconteça, pois, formada por pessoas humanas, sujeitas ao erro, nos
organizamos em fraternidade justamente para que, como irmãos, aprendamos a
colaborar uns com os outros no aperfeiçoamento mútuo para que alcancemos todos
como a nossa Regra, em seu capitulo nº 1, nos orienta a alcançarmos a perfeição
da caridade como irmãos e irmãs que devemos ser.
E, pensando em fraternidade,
temos um exemplo muito claro de fraternidade. Trata-se da história de uma
olimpíada organizada para crianças deficientes. A história conta que um grupo
de crianças com deficiência, após a largada para uma corrida de 50 metros
rasos, todos saíram em disparada de acordo com suas limitações, com exceção de
um, que ao tropeçar em seu próprio pé, caiu, machucou o joelho e se pos a
chorar.
Uma menina com síndrome de
down, ao escutar o choro, parou e olhou para traz, e ao ver o menino caído a
chorar, retornou, no que os demais ao ver o porquê ela retornava, também
retornaram esquecendo-se de seus objetivos, que era ganhar a corrida. Ela se
abaixou próxima ao menino e se pos a consolá-lo: “não chore, o seu joelho vai
melhorar e nós vamos ganhar a corrida juntos”.
O menino se levantou,
bateu a poeira da roupa. A menina lhe deu a mão e todos os demais se deram as
mãos, fechando a pista de corrida de um canto a outro, e se puseram a fazer o
percurso de corrida chegando todos juntos ao final para surpresa de toda a multidão,
que assistia e comentava: “De fato, estas crianças podem ser deficientes
físicos e mentais, mas, com certeza, não são deficientes em seu coração”.
Que nesta nova etapa de
nossa fraternidade aprendamos com estas crianças a nos darmos as mãos e
chegarmos à reta final felizes pela missão cumprida e o resultado obtido: Uma
fraternidade onde as pessoas se ajudam umas às outras a alcançar a perfeição da
caridade.
Deus abençoe
esses nossos irmãos no serviço que acabam de assumir em favor de toda a
Fraternidade.
II
DOMINGO DA PASCOA
Há oito dias atrás, no primeiro dia após o Sábado
dos judeus, ao anoitecer, Jesus ressuscitado entrou onde estavam os discípulos
e lhes disse: “A paz esteja convosco!” Há oito dias, no Dia da Ressurreição, o
nosso Jesus, vencedor da morte, enviado pelo Pai no Espírito Santo, soprou esse
mesmo Espírito sobre seus discípulos, sua Igreja, e disse: “Como o Pai me
enviou, também eu vos envio. Recebei o Espírito Santo!” Há oito dias atrás,
Tomé, teimoso e incrédulo, afirmou: “Se eu não vir as marcas dos pregos e não
puser a mão no seu lado, não acreditarei!” Todas essas coisas que ouvimos no
Evangelho de hoje, ocorreram no Domingo de Páscoa, no Dia da Ressurreição, há
precisamente uma semana.
Hoje é a Oitava da Festa pascal, o Domingo seguinte. E como no Domingo
passado, também hoje, neste Domingo, o Senhor vem ao encontro dos seus
discípulos e coloca-se no meio deles. Será sempre assim: a cada oito dias os
cristãos reunidos experimentarão na Palavra proclamada e no Sacrifício
eucarístico celebrado, a presença real, viva e atuante Daquele que ressuscitou
e caminha conosco, ou melhor, caminha à nossa frente. E como Tomé, nós, a cada
Domingo, admirados, exclamamos: “Meu Senhor e meu Deus!” E queremos,
emocionados, ouvi-lo novamente dizer a nosso respeito: “Acreditaste porque me
viste, Tomé. Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Bem-aventurados
nós, caríssimos meus em Cristo aqui presentes! Bem-aventurados nós que
firmemente cremos no Senhor e participamos do seu Sacrifício eucarístico, ainda
que não tenhamos visto o Senhor com os olhos da carne!
Eis
precisamente aqui a mensagem deste Domingo da Oitava: fazer-nos conscientes do
nosso encontro, da nossa comunhão real, íntima, transformante, com o Senhor
ressuscitado. Este encontro que ocorre de modo mais intenso a cada Domingo na
Eucaristia – e, por isso mesmo, faltar à Missa dominical é excluir-se da Comunidade
dos discípulos, é “ex-comungar-se”, é colocar-se fora da Comunhão com o
Ressuscitado e aqueles aos quais ele chama de “meus irmãos”... Este encontro
que ocorre de modo mais intenso a cada Domingo nesta Eucaristia, não começou
aqui; iniciou-se no nosso Batismo, quando recebemos, no símbolo da água, o
Espírito Santo do Ressuscitado, passando a viver nele que, no seu Espírito,
veio realmente viver em nós! ...
Vence o
mundo quem crê em Jesus; não num Jesus do passado, mas num Jesus que está vivo
e na força do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que ele derramou sobre
nós, vem ao nosso encontro, habita em nosso íntimo. Como? Pelos sacramentos! É
nos sacramentos que recebemos o Espírito Santo, é nos sacramentos que o Senhor
entra em comunhão conosco e nós com ele. Ele vem continuamente, vivo e
vivificador pela água do Batismo e o Sangue da Eucaristia! Nos santos
sacramentos, nós experimentamos Jesus, recebemos a vida de Jesus e podemos
testemunhar ao mundo que Jesus está vivo e atuante! Que realidade tão misteriosa;
que graça tão grande: Jesus é o que vem sempre à sua Igreja na água e no
sangue; e ambos nos dão o Espírito Santo de Jesus! ...
Ora, caríssimos, se vivemos mergulhados nesse mistério tão grande, que é
a real e íntima comunhão com o Senhor ressuscitado, se experimentamos sua força
e sua graça nos sacramentos, se nele, Vencedor da morte, somos criaturas nova,
então vivamos de modo novo. E não somente de modo individual, mas como
Comunidade dos salvos e redimidos por Cristo. Vede, irmãos meus, o exemplo
descrito na Primeira leitura, a Igreja católica de Jerusalém, logo após a
Ressurreição e o Dom do Espírito: nós éramos “um só coração e uma só alma”,
sabíamos repartir amor e bens, colocando a vida em comum, e toda a nossa vida
comunitária era uma clara proclamação da novidade, da alegria e da esperança de
quem sabia e vivia a Ressurreição do Senhor. Dois mil anos após, não damos mais
a impressão de um bando de discípulos sonolentos e cansados? Não parecemos mais
uns conformados e desanimados, mornos pelo peso do tempo? Nossa vida, será que
não exprime mais comodismo e falta de fé, que aquela feliz exultação de quem
tem sempre Jesus diante dos olhos? Sabem o motivo disso, meus caros? Falta de
comunhão viva com o Senhor na sua Palavra, na oração e, sobretudo, nos
sacramentos! Muitos de nós temos uma fé fria, formal, burocrática, teórica. Não
é a idéia, mas o amor que dá sentido e gosto à vida!
Caros meus, aprendamos a nos reaproximar de Jesus! Ele está vivo aqui,
na Palavra, na Eucaristia, nos irmãos, na vida. Se aprendermos a vê-lo, mais
uma vez, cheios de pasmos, exclamaremos como o duro Tomé: “Meu Senhor e meu
Deus!” Que ele no-lo conceda por sua graça. Amém.
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O Papa Leão XIII, com a Encíclica
Rerum Novarum, deu início a uma série de documentos, hoje reconhecidos como
base da Doutrina Social da Igreja. Ler, refletir e colocar em prática a
mensagem destes documentos, mais do que uma obrigação, passa a ser um imperativo
da nossa fé cristã.
RAÍZES BÍBLICAS NO NOVO TESTAMENTO
A Doutrina Social da Igreja no
Novo testamento é a pedagogia do Reinado de Deus manifestada por Jesus Cristo.
O
Evangelho é, por excelência, a doutrina social do amor, da fraternidade,
da solidariedade e da justiça.
O Novo Testamento nos apresenta
uma doutrina social condizente com a fé cristã e o exemplo deixado por Jesus
Cristo. Se o Reino de Deus é alegria, felicidade, perfeição e comunhão, estas
realidades precisam ser buscadas e construídas aqui e agora. O Reino de Deus não é uma questão de
sorte, mas uma decisão pessoal de adesão a Jesus Cristo, seu Evangelho e o
compromisso com o outro. Esta forma de ver e refletir nos é oferecida como
abertura do programa de Jesus, no Sermão da Montanha.
As Bem-aventuranças.
O discurso de Jesus sobre as
Bem-aventuranças, em Mateus 5,2-12, pode constituir-se numa síntese da doutrina
social. O cristianismo não precisaria de nenhum outro auxílio senão o Evangelho
para encontrar suas fontes e argumentos sérios para suas posições no campo
social. Jesus subiu à montanha, sem fazer qualquer restrição sobre os que
estavam com ele e, ao olhar sobre a multidão, como ovelhas sem pastor proferiu
seu grande discurso, começando com as bem-aventuranças.
No que concerne à doutrina
social, destacamos duas bem aventuranças: bem aventurados os costrutores da paz
(Mt 5,9) e bem-aventurados os que têm fome e sede(Lc 6,21) de justiça (Mt 5,6).
A Justiça e a Paz andam de mãos dadas em qualquer lugar.
O quadro abaixo pode ilustrar a
postura cristã no discurso das Bem-aventuranças. Se há um quadro de
bem-aventurados, automaticamente há outro de amaldiçoados, pois negaram,
rejeitaram e se opuseram à proposta das bem-aventuranças.
Felizes
- Os pobres (em espírito)
- Os que choram(injustiçados)
- Os mansos (não-violentos)
- Os que tem fome e sede de justiça
- Os mísericordíosos (Os que se compadecem do próximo)
- Os de coração puro
- Os construtores da paz os perseguídos par causa da justiça
Infelizes
· Os ricos (de espirito
soberbo)
· Os que ríem do mal
ímposto
· Os violentos e
agressívos
· Os que elaboram leís
ínjustas e prívam os justos do seu direito
· Os que expropriam os
pobres da terra,da justiça e da vida
· Os impios, pérfidos e
mentirosos.
· Os construtores das
armas, da guerra e da prepotência
Nossos objetivos
-Prestar um serviço constante e generoso à Igreja… exercendo uma
profissão secular, para animar e orientar cristãmente as realidades terrestres…
dilatando o Reino de Cristo.
- Difundir o espírito franciscano no mundo
Família e vocação franciscana secular
Os franciscanos seculares considerem a família como o âmbito
prioritário para viver o próprio compromisso cristão e a vocação franciscana e
nela deem espaço à oração, à Palavra de Deus e à catequese, empenhando-se no
respeito à vida, desde a concepção, e em qualquer situação, até à morte.
(Const. Gerais da OFS, art 24, n.1).
1. Ninguém dúvida que a família seja uma das mais fundamentais e
importantes realidades de todas as existências. A artigo da CCGG da OFS acima
mencionado fala da família como âmbito, espaço prioritário para os franciscanos
seculares. O texto pede que os seculares vivam todas as dimensões da Igreja
doméstica que é a família. A Regra pede que vivam em família o espírito de paz,
da fidelidade e do respeito pela vida. Que a família dos franciscanos seja,
diante dos homens, sinal de um mundo já renovado em Cristo (cf. n. 15). Não
estamos diante de um tema secundário, mas prioritário para a vida das
fraternidades franciscanas, para a sociedade e para a Igreja. Todas as
campanhas que visam destruir e desestabilizar a família deterioram o amanhã da
humanidade.
2. Duas observações preliminares para que este texto possa ser bem
compreendido. O autor destas linhas tem pleníssima consciência da complexidade
cultural, social e religiosa das famílias de hoje. Não é possível, sem mais nem
menos, querer rapidamente que nossas famílias se tornem Igrejas domésticas. Há
uma decalagem entre o ideal e o que acontece. Essa é a primeira observação. Ao
refletir sobre OFS e família não há nenhuma intenção de dogmatizar que nossas
Fraternidades devam ser constituídas por casais e famílias. A OFS não é um
grupo familiar. Sabemos disto. É uma escola de santificação aberta a todos.
3. O último Capitulo Nacional da OFS de Manaus pediu que, no triênio
em curso, se prestasse atenção na ação missionária dos seculares. Falou-se da
elaboração de um programa de ação missionária que viesse também a contemplar a
atuação nas famílias, células primeiras da transformação do mundo… Porque o
futuro da humanidade passa pela família, no dizer do Papa João Paulo e porque
os seculares franciscanos precisam priorizar a família, fazemos algumas
considerações que nos parecem oportunas visando irmãos em geral, mas de modo
particular a atuação dos assistentes no seio de nossas Fraternidades. Cabe a
estes fazer com que as Fraternidades tenham preocupações eclesiais.
4. As pessoas resolvem ser franciscanas seculares por vocação. Há todo
um período de discernimento, de formação, de vivência numa fraternidade antes
da profissão. Há um duplo movimento: os que são chamados a seguir Francisco no
mundo se reúnem em fraternidades, mas logo em seguida são reenvidados ao mundo.
Um rapaz, uma moça, um homem e uma mulher fazem parte de uma família. Ali eles
serão franciscanos: a busca incessante do rosto de Deus, uma vida despojada e
alegre cantando as glórias do Senhor, evangelizando, de alguma forma, a própria
família. Não posso imaginar um franciscano secular sem apreço, carinho,
devotamento, dedicação à própria família. Isso se traduz numa alegria de viver
à mesa com os seus, de passar, pelo modo de ser, a alegria da simplicidade e da
pobreza, o distanciamento de toda ostentação, mesmo contrariando membros da
família. Não me parece normal que uma senhora, por exemplo, faça sua profissão,
seu jubileu de prata na OFS sem que isto tenha nenhum significado para seu
marido, seus filhos e seus familiares. Por isso sonho, sonho mesmo, que em
muitas Fraternidades haja casados que caminhem juntos, que os dois construam
uma família franciscana. Sonho com Fraternidades que tenham a criatividade e a
decisão de fazer encontros com os familiares. Não é possível que anos a fio
essas reuniões das Fraternidades ignorem as famílias. Filhos, irmãos, pais dos
seculares precisam ser estimados pelos irmãos da Fraternidade.
(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
40 anos da unificação da OFS do Brasil
1972/2012
Especial para O Arauto do Grande Rei, da Fraternidade de Petrópolis, RJ
IV
Entre São Lourenço e Caxias do Sul.
(1964 – 1965)
O ano de 1964, segundo escreve Frei Mateus, foi o ano da FORMAÇÃO. O boletim “Paz e Bem” ofereceu matéria e orientação para a reflexão dos Terceiros nos círculos de estudo, segundo o método do “ver, julgar e agir”. Tudo estava embebido do espírito de “aggiornamento” do Concílio Vaticano II e da doutrina social da Igreja contida nas encíclicas MATER ET MAGISTRA e PACEM IN TERRIS.
Os Terceiros, por sua vez, demonstravam um interesse cada vez maior pelo conhecimento e vivência do carisma franciscano. Em conseqüência, aumentou, para Frei Mateus, o atendimento a ser dado à crescente correspondência vinda das Fraternidades. No Secretariado Nacional, também tornou-se maior o número de visitantes em busca de esclarecimentos e de ajuda na direção de Fraternidades.
Com o objetivo de se preparar dirigentes religiosos e leigos, passaram a ser realizados Encontros e Congressos distritais e regionais. Assim, em janeiro de 1964, realizou-se o 1º Curso para Dirigentes do Distrito de Blumenau,SC, sob a orientação de Frei Mateus. Também os Capuchinhos, com sucesso, promoveram dois cursos Intensivos sobre a OFS, um em Vacaria, em janeiro, e outro, em fevereiro, em Caxias do Sul. Em abril e maio, houve Cursos para Dirigentes nos Distritos de Nilópolis (Baixada Fluminense) e no de Guaratinguetá (SP). Em julho, reuniu-se, em Ponta Grossa (PR), a Conferência dos Comissários Provinciais Capuchinhos do Sul e do Centro do Brasil para tratarem de diversos temas de interesse da OFS. Em agosto, houve Encontros em Belo Horizonte e em Santos Dumont, na Província OFM de Santa Cruz (MG). Também em Porto Alegre (RS), foi promovido o 1º Encontro da Fraternidade dos Franciscanos com a dos Capuchinhos, as quais viviam isoladas. Muitos outros esforços pela conscientização dos leigos Terceiros foram se verificando em várias outras partes do Brasil nesse abençoado ano de 1964, dedicado à FORMAÇÃO.
Nessa linha de formação, sempre objetiva e de sentido prático, foram importantes dois Encontros, realizados em setembro de 1964, o da Porciúncula, em Niterói, e o de Petrópolis. Ambos ampliaram o entendimento e a colaboração entre os Terceiros fluminenses e deles com seus Diretores e o Secretariado Nacional.
No Encontro da Porciúncula, de 5 a 7 de setembro, estavam presentes os Dirigentes de 9 Fraternidades dos 1º e 2º Distritos da I Região: Niterói, Quissamã, Santo Antonio (GB), Petrópolis, Capuchinhos (GB), Conventuais (GB), Cavalcante, Cabo Frio e Ipanema (GB), num total de 62 participantes. O Ministro de Petrópolis foi designado Secretário Geral do Encontro. Por isso, e por participar de constantes reuniões no Secretariado, também posso dar meu testemunho do que se estava realizando no Brasil para a renovação da OFS.
No Encontro, a cada palestra de Frei Mateus seguiam-se círculos de estudo para debater os temas apresentados e formular conclusões e sugestões. Tal encontro era ainda uma oportunidade de convivência fraterna e de troca de experiências. Estabelecia-se, assim, uma comunidade de trabalho, de oração e de estudo entre os irmãos/ãs e os religiosos das várias Fraternidades e das várias Obediências.
Em “Paz e Bem” de novembro/dezembro de 1964, págs. 22-25, estão publicados os nove inquéritos desse Encontro com as respectivas respostas aprovadas no encerramento. Além disso, estão publicadas as conclusões referentes a cada tema, assim como as sugestões apresentadas.
Esta exposição mais detalhada objetiva mostrar qual era o trabalho realizado para a renovação de nossas Fraternidades em todo o Brasil e, não apenas, no Rio de Janeiro, em torno do Secretariado Nacional.
Prosseguindo, quanto à reunião na Fraternidade de Petrópolis, em 20 de setembro de 1964. O Encontro era uma reunião de convivência e de oração em comum dos Terceiros locais com os de Santo Antônio e de Ipanema. Porém, a eles se associaram os de Niterói, Cavalcante e Nova Iguaçu, mais Capuchinhos e Conventuais. Os visitantes eram mais de 200 irmãos e irmãs. A Fraternidade de Petrópolis se desdobrou para recebê-los bem. O objetivo maior era o de proporcionar aos Terceiros conhecerem-se melhor e sentirem a alegria de uma vida em fraternidade.
Evidente que não faltou, pela manhã, no salão da Congregação Mariana da Anunciação, a palavra quente e incentivadora de Frei Mateus . Lembrou que, quando a Igreja do Concílio quer leigos ativos, um filho de São Francisco não pode ser passivo. Recordou a inesquecível alegria, simplicidade e caridade franciscana em que decorreram as reuniões do Congresso de São Lourenço. Insistiu que, em nossas reuniões mensais, também não pode faltar a alegria franciscana. À tarde, houve uma parte recreativa, antes da Missa.
Registrou-se, porém, surpresa geral, inclusive, para o homenageado, quando à tarde, a professora irmã Noêmia Elóia apresentou um projeto de programa como colaboração às comemorações dos 50 anos de vida franciscana de Frei Mateus, a se realizar em 17 de janeiro de 1965. Aprovação geral.Mas, Frei Mateus resistiu aceitar a proposta, pois entendia que “mais que tudo era hora de refletir sobre se havia correspondido e de agradecer.” Depois, “não podendo mais escapar à insistência dos irmãos, sobretudo os Terceiros, tratei de impor condições. Não aceitei homenagens pessoais... Pedi, então, que o encontro fosse transformado em promoção dos ideais de Francisco, especialmente no sentido de se estreitarem as relações interobedienciais.” (Id. ib. pág. 108).
Sacerdotes e leigos franciscanos das três obediências, das Fraternidades do Rio, de Petrópolis, de Niterói e da Baixada Fluminense, movimentaram-se com entusiasmo e alegria na preparação dessas comemorações. As, então, 305 Fraternidades da OFS também foram incentivadas a participar, mesmo não podendo comparecer aos festejos. Deviam refletir e se preparar para melhor viverem a unidade da OFS e seu “aggiornamento”, tendo em vista o Congresso de Caxias do Sul.
Foi solene, muito participado e fraterno tudo que se realizou naqueles três dias de janeiro de 1965.
As celebrações jubilares foram realizadas, cada dia, num local. Primeiro, no Convento de Santo Antônio, quando também se tomou conhecimento de toda a programação do jubileu. Segundo, no Rio Comprido, na sede da Custódia Conventual, quando houve uma primeira reunião plenária em preparação do Congresso de Caxias do Sul. Terceiro, na igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, quando Frei Mateus fez a solene renovação dos votos, “com grande alegria no coração.”
Vale ressaltar que, nesse episódio, como reconheceu Frei Mateus, “a mola propulsora de todos aqueles acontecimentos foi o nosso saudoso irmão General Luiz Guimarães Regadas (a que acrescento o nome da irmã Dª Noêmia Elóia)... Foi à sua incansável dedicação... administrador dinâmico e organizado, que se deveu o êxito daquele encontro jubilar e sua profunda repercussão no sucesso do Congresso de Caxias do Sul.” (pág. 109)
De fato, durante a preparação desse jubileu, paralela e intensamente se trabalhou para a realização do II Congresso Nacional da OFS. E o Encontro de Petrópolis, de setembro de 1964, foi o ponto de partida para toda essa atividade.
Deo gratias!
(continua no informativo de maio)
Paulo Machado da Costa e Silva,OFS
Nota: – Os artigos podem ser transcritos, indicando-se a procedência. À medida que esses artigos vão sendo publicados no jornalzinho da nossa Fraternidade, eles serão colocados em nosso blog: ofssagradopetropolis@blogspot.com
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