INFORMATIVO
Ano VI - JULHO
DE 2014 - Nº 02
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ROSA DE
VITERBO
Padroeira da
Juventude Franciscana – JUF
CAPITULO I
AMBIÇÕES DE JOVEM
"Causa-me estranheza ver terra
amar terra e de
ver
terra suar e fatigar-se por causa da terra"
(Poeta inglês anônimo da Idade Média).
Num dia do mês de
março de 1212, o rei da Sicília, Frederico Rogério, deixava seu palácio, insensível
aos rogos da esposa Constança de Aragão. Temia ela ficar desprotegida em meio
a um mundo cruel, onde o filho lhe poderia ser brutalmente arrebatado. Talvez
o amor demasiado que votava ao companheiro, jovem de 17 anos, fazia-a esquecer
de que ele era um neto de Barbarroxa e incapaz, portanto, de dominar uma
ambição insaciável.
À hora da despedida, com o fim de
retê-lo, pôs-lhe mais uma vez, diante dos olhos, o pequeno Henrique, mas
Frederico afastou-se indiferente, enquanto ela entregava a criança a uma aia
e soluçava: "Que será desta criança se o pai, expondo-se ao perigo,
tombar na batalha?"
Ao caráter altivo e
audacioso e à mocidade aliava Frederico Rogério a sagacidade e a prudência
dos homens traquejados nas ciências políticas. Poderia colher grandes
vitórias, sem expor-se a graves riscos, sob a estrela de Inocêncio III. E a ele se dirigia,
antes de se lançar à conquista do mundo. A bênção do Papa ser-lhe-ia penhor de
ventura.
Em Roma, prestou a homenagem de vassalagem
ao Pontífice, que o mirou com olhar perspicaz. Inocêncio compreendeu, num
relance, que seu vassalo possuía o estofo de um imperador. Conferiu-lhe solenemente
o título de imperador, com todas as faculdades necessárias para defender a
causa da Igreja e também seus interesses pessoais.
Começava, assim, a grande aventura. O
jovem cortou a Itália com a celeridade de um raio, transpôs os Alpes e atingiu
a Alemanha, sob o cetro de Otão IV, o excomungado. As cidades se abriam
como por encanto, as fortalezas tombavam ante aquele príncipe de cabelos
louros, afável e cortês, pródigo em distribuir benefícios. Em sua honra
celebravam-se magníficas festas os trovadores lhe decantavam os feitos ao som
da harpa.
Constança acolheu o triunfo do esposo
com um misto de felicidade e inquietação. Não obstante sua pouca idade, já
presenciara muitas mortes e atrocidades cometidas por homens animados pelo
mesmo ardor que o do esposo. Como o sucesso se lhe apresentava temível! O que
se ergue por um golpe prodigioso se afunda, por vezes, miseravelmente.
Reclusa em seu palácio, na Sicília,
ouvia a rainha as novidades vindas da Alemanha e os cantos dos menestréis.
Ouviu contar também de um novo canto que ascendia aos céus da Itália, canto
que nunca tinha como tema os poderosos da terra.
No alto de um monte, entre as penhas,
Francisco se dirigia a seu Mestre: "...Meu bem amado Senhor, quanto te
quisera eu amar! Meu Senhor e meu Deus, a ti entrego meu coração e meu corpo;
com imenso prazer, muito mais ainda faria, por amor de ti, se soubesse
como".1
Ele também era um ambicioso.
_____________
l)
Joergensen, Vida de São Francisco
de Assis
CAPITULO II
A
CRUZADA DIFERIDA
"...
e muitos se alistaram
nas Cruzadas, porque
grande
era o perdão"
(Villehardouin).
Naqueles tempos contemplavam-se espetáculos
impossíveis de se imaginar em nossos dias. Um jovem abastado, distribuía, no
portal de uma igreja, todos os seus bens aos pobres. Um frade menor, tendo uma
pedra por púlpito, cantava, em praça pública, os louvores de Deus, enquanto
guerreiros dos quatro cantos da Europa, ao apelo do Papa, se reuniam sob a
mesma bandeira.
Pelos caminhos entulhados de carros e
cavaleiros, desfilavam peões, velhos, crianças e senhoras, ostentando em seus
mantos uma cruz em relevo.
Não se tinham posto em marcha, impelidos pela necessidade ou
pelo terror, nem fugiam de algum inimigo ou da peste; iam, sim, em busca do
Paraíso.
Em busca do Paraíso? Inocêncio III declarara que todos quantos se
alistassem na Cruzada e cumpris-sem "por
um ano o serviço no exército, alcançariam completo perdão de todos os seus pecados".1 Tal novividade
revolucionou a Cristandade. Os homens culpados acorriam com entusiasmo no
desejo de purificar-se. O ambicioso Frederico II gostava de passar por santo. E no dia seguinte à rendição
de Colônia e de Tréveris, depois de coroado rei da Alemanha, alistou-se
solenemente na Cruzada, na basílica de Carlos Magno. Pretendia, assim,
manifestar seu reconhecimento ao Papa e sua fidelidade aos cristãos. Mas,
realizado este no-bre gesto, nada o apressava a partir. Tinha muitas
altercações a resolver e muitas metas a atingir.
Entrementes, deu ordens
à esposa Constança de trocar a Sicília pela Alemanha. Ali poderia conferir ao
filho Henrique o ducado da Suábia. Os ventos pareciam soprar-lhe favoráveis.
Em lugar de Inocêncio III,
que ele temia, Frederico via agora no trono pontifício ao seu antigo
tutor, o bondoso cardeal Cênsio
Savelli, que tomara o nome de Honório III. A prorrogação
impetrada por Frederico foi imediatamente concedida. Os príncipes da Europa
partiam em defesa da Cristandade do Oriente sem Frederico.
Dois anos após, isto é, em 1219,
Honório recordava ao Imperador a promessa e este prometia partir na festa de
São Miguel. Chegada a festa de S. Miguel, protelou a partida para o mês de
Março e depois para o de Maio. Estava ocupado em preparar as dietas de
Nuremberg e de Augsburgo, além das
grandes dificuldades em que se encontrava para manter a paz.
Finalmente, em Setembro de 1220, transpunha
o Brenner e se dirigia a Honório nestes termos: "Não vos havereis de
arrepender por vos terdes afeiçoado e por terdes educado um tal filho.
Prostramo-nos aos pés de Vossa Santidade e, breve, colhereis o fruto desejado
da árvore que plantastes".
Em Roma, retomou a cruz, sob a
promessa de partir no próximo mês de Agosto. Mas tudo em vão. Ante a ameaça de
excomunhão do Papa, solicitou uma entrevista. E assim, em Veruli, no dia 25 de
Abril de 1223, o Pontífice e o Imperador entravam em acordo. No ano
seguinte, no congresso de Ferentino, Frederico renovava seu juramento. Partiria
para a Terra Santa na festa de São João Batista de 1225.
1)
Villehardouin
Continua no
informativo – Ano V - AGOSTO
DE 2013 - Nº 03
.x.x.x.x.x.x.x.x.x.
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE JULHO
l — S. Teodorico Emdem, 1ª Ordem, mártir em Gorkum
2 — S. Jerônimo de
Werten, 1ª Ordem, mártir em Gorkum
3 — B. Carmelo Volta,
1ª Ordem, mártir.
4 — S. Isabel, Rainha de Portugal, 3ª Ordem
5 — B. Francisco Fogolla, 1ª Ordem, mártir da China.
6 — B. Antonino
Fantosati, 1ª Ordem, mártir da China
7 — B. Manuel
Ruiz 1ª Ordem, mártir
8 — B. Gregório
Grassi, 1ª Ordem, mártir da China.
9 — S.Nicolau Pick,
1ª Ordem, mártir em Gorkum.
10 — S. Verônica
Giuliani, 2ª Ordem.
11 — S. João Wall, 1ª
Ordem, mártir.
12 — S. João Jones,
1ª Ordem, mártir.
13 — B.
Angelina de Marsciano, 3ª Ordem.
14 — S.
Francisco Solano, 1ª Ordem.
15 — S. Boaventura de
Bagnoregio, 1ª Ordem.
16 — ANIVERSÁRIO DA CANONIZAÇÃO DE S. FRANCISCO DE ASSIS
17 — S. Maria Madalena
Postel, 3ª Ordem.
18 — B. Simão de
Lipnica, 1ª Ordem.
19 — B. Nicanor Ascanio, 1ª Ordem, mártir.
20 — B. Nicolau Maria
Alberca e Torres, 1ª Ordem, mártir.
21 — S. Lourenço de
Brindes, 1ª Ordem.
22 — B. Cunegundes,
Rainha da Polônia, 2ª Ordem.
23 — S. Brigida da
Suécia, 3ª Ordem.
24 — B. Luísa de Saboia, 2ª Ordem.
25 — B. Pedro de
Mogliano, 1ª Ordem.
26 — B. Arcângelo de
Calatafini, 1ª Ordem.
27 — B. Maria Madalena
Martinengo, 2ª Ordem.
28 — B. Matia de
Nazarei, 2ª Ordem.
29 — B. Novelone
de Faenza, 3ª Ordem.
30 — S. Leopoldo Mandic, 1ª Ordem.
31 —B. Pedro Soler, 1ª Ordem, mártir.Gorkum
Nenhum comentário:
Postar um comentário