BOLETIM INFORMATIVO
DE NOVEMBRO DE 2016
Bento XVI:
Catequese sobre Santa Isabel da Hungria
Queridos irmãos e irmãs:
Gostaria, hoje, de vos falar sobre
uma das mulheres da Idade Média que maior admiração suscitou : Santa Isabel da
Hungria, também chamada de Isabel de Turíngia.
Nasceu em 1207, na Hungria. Os
historiadores discutem onde. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da
Hungria, o qual, para reforçar seus vínculos políticos, tinha-se casado com a
condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merania, irmã de Santa Edwiges, que era
esposa do duque de Silésia.
Isabel viveu na corte húngara somente
nos primeiros quatro anos da sua infância, junto com uma irmã e três irmãos.
Ela gostava de música, de dança e de jogos; recitava com fidelidade as suas
orações e mostrava particular atenção aos pobres, a quem ajudava com uma
boa palavra ou com um gesto afetuoso.
A sua infância feliz foi
bruscamente interrompida quando, da distante Turíngia, chegaram alguns
cavaleiros para a conduzir à sua nova terra na
Alemanha central. Segundo os costumes daquele tempo, de facto, o seu pai tinha
acordado que Isabel se tornasse princesa de Turíngia. O landgrave, ou
conde, daquela região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no
começo do século XIII e seu castelo era centro de magnificência e de cultura.
Mas, por trás das festas e da glória, escondiam-se as ambições dos príncipes
feudais, geralmente em guerra entre eles e em conflito com as autoridades reais
e imperiais. Neste contexto, o conde Hermann acolheu com boa vontade o noivado
entre seu filho Ludovico e a princesa húngara. Isabel partiu da sua pátria com
um rico dote e um grande séquito, incluindo as suas aias pessoais, duas das
quais permaneceriam amigas fiéis até o fim. São elas que nos deixaram preciosas
informações sobre a infância e sobre a vida da santa.
Após uma longa viagem, chegaram a
Eisenach, para subirem, depois, à fortaleza de Wartburg, o castelo num maciço
sobre a cidade. Lá se celebrou o compromisso entre Ludovico e Isabel. Nos anos
seguintes, enquanto Ludovico aprendia o ofício de cavaleiro, Isabel e suas
companheiras estudavam alemão, francês, latim, música, literatura e bordados.
Apesar de o compromisso ter sido decidido por razões políticas, nasceu entre os
dois jovens um amor sincero, motivado pela fé e pelo desejo de fazer a vontade
de Deus.
Aos 18 anos, Ludovico, após
a morte do seu pai, começou a reinar sobre
Turíngia. Mas Isabel converteu-se em objeto de críticas silenciosas, porque o
seu comportamento não correspondia à vida da corte. Assim também a celebração
do matrimonio não foi faustosa e os gastos do banquete foram distribuídos, em
parte, pelos pobres. Na sua profunda sensibilidade, Isabel via contradições
entre a fé professada e a prática cristã. Não suportava os compromissos. Uma
vez, entrando na igreja, na festa da Assunção, ela tirou a coroa, colocou-a aos
pés da cruz e permaneceu prostrada no chão, com o rosto coberto. Quando uma
freira a desaprovou por este gesto, ela respondeu: «Como posso eu, criatura
miserável, continuar a usar uma coroa de dignidade terrena quando vejo o meu
Rei Jesus Cristo coroado de espinhos?». Ela comportava-se diante dos seus
súditos da mesma forma que se comportava diante de Deus. Entre os escritos das
suas aias, encontramos este testemunho: «Não consumia alimentos sem antes estar
certa de que procediam das propriedades e dos bens legítimos do seu marido.
Enquanto se abstinha dos bens adquiridos ilicitamente, preocupava-se também
por ressarcir aqueles que tivessem sofrido violência» (nn. 25 e 37). Um
verdadeiro exemplo para todos aqueles que desempenham cargos: o exercício da
autoridade, a todos os níveis, deve ser vivido como serviço à justiça e à
caridade, na busca constante do bem comum.
Isabel praticava assiduamente
as obras de misericórdia: dava de beber e de comer a quem batia à sua porta,
distribuía roupas, pagava dívidas, cuidava dos doentes e sepultava os mortos.
Descendo do seu castelo, dirigia-se frequentemente com suas aias às casas dos
pobres, levando pão, carne, farinha e outros alimentos. Entregava pessoalmente
estes alimentos e tratava com atenção do vestuário e das camas dos pobres.
Este comportamento foi reportado ao seu marido, a quem isso não só não
desagradou, como respondeu aos seus acusadores: «Enquanto ela não vender o
castelo, estou feliz!». Neste contexto coloca-se o milagre do pão transformado
em rosas: enquanto Isabel ia pela rua com seu avental cheio de pão para os
pobres, encontrou-se com o marido, que lhe perguntou o que estava a transportar.
Ela abriu o avental e, em vez de pães, apareceram magníficas rosas. Este
símbolo da caridade está presente muitas vezes nas representações de Santa
Isabel.
O seu casamento foi profundamente
feliz: Isabel ajudava seu marido a elevar as suas qualidades humanas ao nível
espiritual, e ele, por outro lado, protegia a sua esposa na sua generosidade
para com os pobres e nas suas práticas religiosas. Cada vez mais admirado pela
grande fé de sua esposa, Ludovico, referindo-se à sua atenção aos pobres, disse-lhe:
«Querida Isabel, é Cristo quem tu lavaste, alimentaste e cuidaste» - um claro
testemunho de como a fé e o amor a Deus e ao próximo reforçam e tornam ainda
mais profunda a união matrimonial.
O jovem casal encontrou
apoio espiritual nos Frades Menores, que, desde 1222, se espalharam pela
Turíngia. Entre eles, Isabel escolheu o Frei Rüdiger como diretor espiritual.
Quando ele lhe narrou as circunstâncias da conversão do jovem e rico comerciante
Francisco de Assis, Isabel entusiasmou-se ainda mais no seu caminho de vida
cristã. A partir daquele momento, dedicou-se ainda mais a seguir Cristo pobre e
crucificado, presente nos pobres. Inclusive quando nasceu o seu primeiro filho,
seguido de outros dois, a nossa santa não descuidou, jamais, as suas obras de
caridade. Além disso, ajudou os Frades Menores a construir um convento em Halberstadt, do qual o
Frei Rüdiger se tornou superior. Por isso, a direção espiritual de Isabel
passou para Conrado de Marburgo.
Uma dura prova foi o adeus ao marido,
no final de junho de 1227, quando Ludovico IV se associou à cruzada do
imperador Frederico II, recordando à sua esposa que esta era uma tradição para
os soberanos de Turíngia. Isabel respondeu: «Não o impedirei. Eu entreguei-me
totalmente a Deus e agora devo entregar-te também». No entanto, a febre dizimou
as tropas e o próprio Ludovico ficou doente e morreu em Otranto, antes de
embarcar, em setembro de 1227, aos 26 anos. Isabel, ao saber da notícia, sentiu
tal dor, que se retirou em solidão, mas depois, fortificada pela oração e
consolada pela esperança de voltar a vê-lo no céu, interessou-se novamente
pelos assuntos do reino.
Outra prova, porém, a
esperava: o seu cunhado usurpou o governo de Turíngia, declarando-se verdadeiro
herdeiro de Ludovico e acusando Isabel de ser uma mulher piedosa e incompetente
para governar. A jovem viúva, com os seus três filhos, foi expulsa do castelo
de Wartburg e começou a procurar um lugar para se refugiar. Somente duas de
suas aias (criadas) permaneceram junto dela, a acompanharam e confiaram os três
filhos aos cuidados de amigos de Ludovico. Peregrinando pelos povoados, Isabel
trabalhava onde era acolhida, assistia os doentes, fiava e costurava. Durante
este calvário, suportado com grande fé, paciência e dedicação a Deus, alguns
parentes, que lhe tinham permanecido fiéis, e consideravam ilegítimo o governo
do seu cunhado, reabilitaram seu nome. Assim, Isabel, no início de 1228, pôde
receber uma renda apropriada para se retirar para o
castelo da família, em Marburgo, onde vivia, também, o seu diretor espiritual,
Frei Conrado. Foi ele quem contou ao Papa Gregório IX o seguinte facto: «Na
Sexta-Feira Santa de 1228, com as mãos sobre o altar da capela da sua cidade,
Eisenach, onde tinha acolhido os Frades Menores, na presença de alguns frades e
familiares, Isabel renunciou à sua própria vontade e a todas as vaidades do
mundo. Ela queria renunciar a todas as suas posses, mas eu dissuadi-a por amor
aos pobres. Pouco depois, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e
serviu à sua própria mesa os mais miseráveis e abandonados. Tendo-a repreendido
por estas coisas, Isabel respondeu-me que dos pobres recebia uma graça especial
e humildade» (Epistula magistri Conradi, 14-17).
Podemos ver nesta afirmação uma
experiência mística parecida com a vivida por São Francisco: de facto, o
Pobrezinho de Assis declarou no seu testamento que, servindo os
leprosos, o que antes era amargo se transformou em doçura da alma e do corpo
(Testamentum, 1-3). Isabel passou os seus últimos três anos no hospital que
fundara, servindo os doentes e velando com os moribundos. Tentava sempre levar
a cabo os serviços mais humildes e os trabalhos mais repugnantes. Ela
converteu-se no que poderíamos chamar de mulher consagrada no meio do mundo
(soror in saeculo) e formou, com outras suas amigas, vestidas com um hábito
cinzento, uma comunidade religiosa. Não é por acaso que ela é padroeira da
Terceira Ordem Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular.
Em novembro de 1231, foi
vítima de fortes febres. Quando a notícia da sua doença se propagou, muitas
pessoas foram visitá-la. Após cerca de 10 dias, ela pediu que fechassem as portas, para ficar a sós
com Deus. Na noite de 17 de novembro, descansou docemente no Senhor. Os
testemunhos sobre a sua santidade foram tantos, que, apenas quatro anos mais
tarde, o Papa Gregório IX a proclamou santa e, no mesmo ano, se consagrou, em
Marburgo, bela igreja construída em sua honra.
Queridos irmãos e irmãs, na figura de
Santa Isabel, vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da
justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos demais, e criam o amor e a
caridade. E dessa caridade nasce a esperança, a certeza de que somos amados por
Cristo e de que o amor de Cristo nos espera e nos torna, assim, capazes de o
imitar e ver nos demais.
Santa Isabel convida-nos a
redescobrir Cristo, a amá-lo, a ter fé e, assim, a encontrarmos a verdadeira
justiça e o amor; e também a alegria de que um dia estaremos submersos no amor
divino, no gozo da eternidade com Deus.
A VOCAÇÃO
FRANCISCANA SECULAR
Assim começa a nossa Regra: “A Regra e vida do
Franciscano Secular é esta: observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo o exemplo de São Francisco que fez do Cristo o inspirador e o centro
da sua vida com Deus e com os homens.”
Como
Cristãos Batizados, todos somos chamados a viver o Evangelho.
Ao
fazermos a nossa Profissão na Ordem Franciscana Secular, nós temos uma maneira
própria de se viver o Evangelho. É a maneira de São Francisco de Assis. É
dentro da ótica dele que fez do Cristo o centro e o inspirador de seu
relacionamento com todo o criado.
Por
isso que se faz necessário um aprofundar-se em conhecer mais a sua vida e seus
ensinamentos. Para conhecer mais a respeito das virtudes que são típicas do
franciscanismo como: o espirito de simplicidade; a pobreza; sua vida de oração;
a conversão continua; o espirito de fraternidade e o amor à Igreja. Estas
virtudes não aprendemos em escola; nem nos livros. É a pratica e a partilha que
podemos vivenciar através de nossa presença em nossas reuniões que acontecem
uma única vez por mês e, o nosso retiro anual que, como o nome diz, acontece
uma vez ao ano.
Muitas
vezes vemos irmãos iniciarem em nossas fraternidades e, aos poucos, vai
desaparecendo. Não é intensão deste texto apontar os porquês. Mas gostaria de
partilhar o pensamento sobre um detalhe que considero importante.
Como diz a nossa regra e vida, “devido à
fragilidade humana, devemos buscar uma radical transformação interior que o
próprio Evangelho designa com o nome de conversão! (Rg, 7). Esta fragilidade,
se não vigiarmos, nos arrebata de nosso ideal devido a tanta influencia que vem
de todos os lados como por exemplo os meios de comunicação.
Quando percebemos vamos nos habituando ao
que é comum a quem busca uma espiritualidade como nós franciscanos. Sem perceber, nos pegamos
julgando o próximo, falando mal, às vezes do nosso irmão da fraternidade,
outras vezes nos pegamos murmurando etc. Tudo isso é comum a grande massa da sociedade que não se importa em viver
uma espiritualidade como nós. A cruz que cristo quer que carreguemos é bem mais
leve que esta. Precisamos estar vigilantes nesta conversão e na busca de viver
o Evangelho nesta ótica de São Francisco. Só assim nós seremos fermento nesta
massa e não massa se torne fermento em nosso coração. Já encontramos na carta
que escreve o apostolo e irmão do Senhor Tiago. “Não faleis mal uns dos outros.
Quem fala mal de seu irmão, ou o julga, fala mal da lei e julga a lei. E se
julgas a lei, já não és observador da lei, mas seu juiz. Não há mais que um
legislador e um juiz: Aquele que pode salvar ou perder. Mas quem és tu, que
julgas o teu próximo?” (Tg 4,11-12).
Um
dia, por algum motivo, o irmão(ã), procurou onde teria uma fraternidade
franciscana pois foram tocados de alguma forma à participar desta rica
espiritualidade. Temos que, constantemente voltar ao “primeiro amor” como tão
bem chamou Santa Clara. O nosso espirito se empolga com o que é novo mas logo se
acostuma, deixa de ser novo, então precisamos renovar dentro de nós este
primeiro amor. Não podemos deixar a chama se apagar pois assim, se deixarmos o
sal perder o sabor, com que se salgará?(cf.: Mc 9,50). E não há melhor forma de
estarmos com o mesmo calor do primeiro amor, que com nossa presença na
fraternidade.
É triste vermos irmãos que, por motivos que só
ele e Deus o sabe, falta a uma ou duas reuniões
e, em dado momento, não sente mais falta de estar com os irmãos na
fraternidade.
O
sinal mais concreto de que um irmão sente falta de participar de nossa reunião
e, nosso retiro anual, seria uma justificativa e, justificativa nada mais é que
uma forma de expressar para à fraternidade que, procurou de diversas formas, um
meio de não faltar a reunião mas que, esgotaram todas as alternativas. Não
podemos deixar que passe uma falta ausência sem pegar o telefone para informar
à fraternidade: “senti falta de estar com vocês mas não pude ir por motivo de;
por exemplo: Meu primo veio do Nordeste e chegou na hora que eu ia sair não
tendo onde se hospedar, ou ainda uma enfermidade que realmente impeça de sair
de casa.
Não
podemos deixar que a necessidade de se ausentar de nossa fraternidade possa nos
fazer acostumar com o afastamento para detrimento de sua própria
espiritualidade, e da Fraternidade pois, a falta não justificada fere toda a
fraternidade desde o seu sentido de, o que fizemos para que o irmão nos trate
assim, até o financeiro pois, a fraternidade deve repassar o dizimo do faltoso
para o regional.
Que os nossos corações neste tempo do Advento
que se inicia possa estar voltando-se para o Menino que nasce assim como nosso
amor por Ele deve nascer todos os dias como nasceu em Francisco nos fazendo
renovar por dentro de cada um de nós e no interior de nossa fraternidade.
Paz e Bem
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