sexta-feira, 25 de novembro de 2016

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE NOVEMBRO DE 2016



Bento XVI: Catequese sobre Santa Isabel da Hungria

Queridos irmãos e irmãs:

    Gostaria, hoje, de vos falar sobre uma das mulheres da Idade Média que maior admiração suscitou : Santa Isabel da Hungria, também chamada  de Isabel de Turíngia.
    Nasceu  em 1207, na Hungria. Os historiadores discutem onde. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da Hungria, o qual, para reforçar seus vínculos políticos, tinha-se casado com a condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merania, irmã de Santa Edwiges, que era esposa do duque de Silésia.
    Isabel viveu na corte húngara somente nos primeiros quatro anos da sua infância, junto com uma irmã e três irmãos. Ela gostava de música, de dança e de jogos; recitava com fidelidade as suas orações e mostrava  particular atenção aos pobres, a quem ajudava com uma boa palavra ou com um gesto afetuoso.
    A sua infância feliz foi bruscamente interrompida quando, da distante Turíngia, chegaram alguns cavaleiros para a conduzir à sua nova terra na Alemanha central. Segundo os costumes daquele tempo, de facto, o seu pai tinha acordado que Isabel se tornasse princesa de Turíngia. O landgrave, ou conde, daquela região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no começo do século XIII e seu castelo era centro de magnificência e de cultura. Mas, por trás das festas e da glória, escondiam-se as ambições dos príncipes feudais, geralmente em guerra entre eles e em conflito com as autoridades reais e imperiais. Neste contexto, o conde Hermann acolheu com boa vontade o noivado entre seu filho Ludovico e a princesa húngara. Isabel partiu da sua pátria com um rico dote e um grande séquito, incluindo as suas aias pessoais, duas das quais permaneceriam amigas fiéis até o fim. São elas que nos deixaram preciosas informações sobre a infância e sobre a vida da santa.
    Após uma longa viagem, chegaram a Eisenach, para subirem, depois, à fortaleza de Wartburg, o castelo num maciço sobre a cidade. Lá se celebrou o compromisso entre Ludovico e Isabel. Nos anos seguintes, enquanto Ludovico aprendia o ofício de cavaleiro, Isabel e suas companheiras estudavam alemão, francês, latim, música, literatura e bordados. Apesar de o compromisso ter sido decidido por razões políticas, nasceu entre os dois jovens um amor sincero, motivado pela fé e pelo desejo de fazer a vontade de Deus.
    Aos 18 anos, Ludovico, após a morte do seu pai, começou a reinar sobre Turíngia. Mas Isabel converteu-se em objeto de críticas silenciosas, porque o seu comportamento não correspondia à vida da corte. Assim também a celebração do matrimonio não foi faustosa e os gastos do banquete foram distribuídos, em parte, pelos pobres. Na sua profunda sensibilidade, Isabel via contradições entre a fé professada e a prática cristã. Não suportava os compromissos. Uma vez, entrando na igreja, na festa da Assunção, ela tirou a coroa, colocou-a aos pés da cruz e permaneceu prostrada no chão, com o rosto coberto. Quando uma freira a desaprovou por este gesto, ela respondeu: «Como posso eu, criatura miserável, continuar a usar uma coroa de dignidade terrena quando vejo o meu Rei Jesus Cristo coroado de espinhos?». Ela comportava-se diante dos seus súditos da mesma forma que se comportava diante de Deus. Entre os escritos das suas aias, encontramos este testemunho: «Não consumia alimentos sem antes estar certa de que procediam das propriedades e dos bens legítimos do seu marido. Enquanto se abstinha dos bens adquiridos ilicitamente, preocupava-se também por  ressarcir aqueles que tivessem sofrido violência» (nn. 25 e 37). Um verdadeiro exemplo para todos aqueles que desempenham cargos: o exercício da autoridade, a todos os níveis, deve ser vivido como serviço à justiça e à caridade, na busca constante do bem comum.
    Isabel praticava assiduamente as obras de misericórdia: dava de beber e de comer a quem batia à sua porta, distribuía roupas, pagava dívidas, cuidava dos doentes e sepultava os mortos. Descendo do seu castelo, dirigia-se frequentemente com suas aias às casas dos pobres, levando pão, carne, farinha e outros alimentos. Entregava pessoalmente estes alimentos e tratava com atenção do vestuário e das camas dos pobres. Este comportamento foi reportado ao seu marido, a quem isso não só não desagradou, como respondeu aos seus acusadores: «Enquanto ela não vender o castelo, estou feliz!». Neste contexto coloca-se o milagre do pão transformado em rosas: enquanto Isabel ia pela rua com seu avental cheio de pão para os pobres, encontrou-se com o marido, que lhe perguntou o que estava a transportar. Ela abriu o avental e, em vez de pães, apareceram magníficas rosas. Este símbolo da caridade está presente muitas vezes nas representações de Santa Isabel.
    O seu casamento foi profundamente feliz: Isabel ajudava seu marido a elevar as suas qualidades humanas ao nível espiritual, e ele, por outro lado, protegia a sua esposa na sua generosidade para com os pobres e nas suas práticas religiosas. Cada vez mais admirado pela grande fé de sua esposa, Ludovico, referindo-se à sua atenção aos pobres, disse-lhe: «Querida Isabel, é Cristo quem tu lavaste, alimentaste e cuidaste» - um claro testemunho de como a fé e o amor a Deus e ao próximo reforçam e tornam ainda mais profunda a união matrimonial.
    O jovem casal encontrou apoio espiritual nos Frades Menores, que, desde 1222, se espalharam pela Turíngia. Entre eles, Isabel escolheu o Frei Rüdiger como diretor espiritual. Quando ele lhe narrou as circunstâncias da conversão do jovem e rico comerciante Francisco de Assis, Isabel entusiasmou-se ainda mais no seu caminho de vida cristã. A partir daquele momento, dedicou-se ainda mais a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres. Inclusive quando nasceu o seu primeiro filho, seguido de outros dois, a nossa santa não descuidou, jamais, as suas obras de caridade. Além disso, ajudou os Frades Menores a construir um convento em Halberstadt, do qual o Frei Rüdiger se tornou superior. Por isso, a direção espiritual de Isabel passou para Conrado de Marburgo.
    Uma dura prova foi o adeus ao marido, no final de junho de 1227, quando Ludovico IV se associou à cruzada do imperador Frederico II, recordando à sua esposa que esta era uma tradição para os soberanos de Turíngia. Isabel respondeu: «Não o impedirei. Eu entreguei-me totalmente a Deus e agora devo entregar-te também». No entanto, a febre dizimou as tropas e o próprio Ludovico ficou doente e morreu em Otranto, antes de embarcar, em setembro de 1227, aos 26 anos. Isabel, ao saber da notícia, sentiu tal dor, que se retirou em solidão, mas depois, fortificada pela oração e consolada pela esperança de voltar a vê-lo no céu, interessou-se novamente pelos assuntos do reino.
     Outra prova, porém, a esperava: o seu cunhado usurpou o governo de Turíngia, declarando-se verdadeiro herdeiro de Ludovico e acusando Isabel de ser uma mulher piedosa e incompetente para governar. A jovem viúva, com os seus três filhos, foi expulsa do castelo de Wartburg e começou a procurar um lugar para se refugiar. Somente duas de suas aias (criadas) permaneceram junto dela, a acompanharam e confiaram os três filhos aos cuidados de amigos de Ludovico. Peregrinando pelos povoados, Isabel trabalhava onde era acolhida, assistia os doentes, fiava e costurava. Durante este calvário, suportado com grande fé, paciência e dedicação a Deus, alguns parentes, que lhe tinham permanecido fiéis, e consideravam ilegítimo o governo do seu cunhado, reabilitaram seu nome. Assim, Isabel, no início de 1228, pôde receber uma renda apropriada para se retirar para o castelo da família, em Marburgo, onde vivia, também, o seu diretor espiritual, Frei Conrado. Foi ele quem contou ao Papa Gregório IX o seguinte facto: «Na Sexta-Feira Santa de 1228, com as mãos sobre o altar da capela da sua cidade, Eisenach, onde tinha acolhido os Frades Menores, na presença de alguns frades e familiares, Isabel renunciou à sua própria vontade e a todas as vaidades do mundo. Ela queria renunciar a todas as suas posses, mas eu dissuadi-a por amor aos pobres. Pouco depois, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e serviu à sua própria mesa os mais miseráveis e abandonados. Tendo-a repreendido por estas coisas, Isabel respondeu-me que dos pobres recebia uma graça especial e humildade» (Epistula magistri Conradi, 14-17).
    Podemos ver nesta afirmação uma experiência mística parecida com a vivida por São Francisco: de facto, o Pobrezinho de Assis declarou  no seu testamento que, servindo os leprosos, o que antes era amargo se transformou em doçura da alma e do corpo (Testamentum, 1-3). Isabel passou os seus últimos três anos no hospital que fundara, servindo os doentes e velando com os moribundos. Tentava sempre levar a cabo os serviços mais humildes e os trabalhos mais repugnantes. Ela converteu-se no que poderíamos chamar de mulher consagrada no meio do mundo (soror in saeculo) e formou, com outras suas amigas, vestidas com um hábito cinzento, uma comunidade religiosa. Não é por acaso que ela é padroeira da Terceira Ordem Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular.
    Em novembro de 1231, foi vítima de fortes febres. Quando a notícia da sua doença se propagou, muitas pessoas foram visitá-la. Após cerca de 10 dias, ela pediu que fechassem as portas, para ficar a sós com Deus. Na noite de 17 de novembro, descansou docemente no Senhor. Os testemunhos sobre a sua santidade foram tantos, que, apenas quatro anos mais tarde, o Papa Gregório IX a proclamou santa e, no mesmo ano, se consagrou, em Marburgo, bela igreja construída em sua honra.
    Queridos irmãos e irmãs, na figura de Santa Isabel, vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos demais, e criam o amor e a caridade. E dessa caridade nasce a esperança, a certeza de que somos amados por Cristo e de que o amor de Cristo nos espera e nos torna, assim, capazes de o imitar e ver nos demais.
    Santa Isabel convida-nos a redescobrir Cristo, a amá-lo, a ter fé e, assim, a encontrarmos a verdadeira justiça e o amor; e também a alegria de que um dia estaremos submersos no amor divino, no gozo da eternidade com Deus.

A VOCAÇÃO FRANCISCANA SECULAR


    Assim começa a nossa Regra: “A Regra e vida do Franciscano Secular é esta: observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o exemplo de São Francisco que fez do Cristo o inspirador e o centro da sua vida com Deus e com os homens.”
    Como Cristãos Batizados, todos somos chamados a viver o Evangelho.
   Ao fazermos a nossa Profissão na Ordem Franciscana Secular, nós temos uma maneira própria de se viver o Evangelho. É a maneira de São Francisco de Assis. É dentro da ótica dele que fez do Cristo o centro e o inspirador de seu relacionamento com todo o criado.
Por isso que se faz necessário um aprofundar-se em conhecer mais a sua vida e seus ensinamentos. Para conhecer mais a respeito das virtudes que são típicas do franciscanismo como: o espirito de simplicidade; a pobreza; sua vida de oração; a conversão continua; o espirito de fraternidade e o amor à Igreja. Estas virtudes não aprendemos em escola; nem nos livros. É a pratica e a partilha que podemos vivenciar através de nossa presença em nossas reuniões que acontecem uma única vez por mês e, o nosso retiro anual que, como o nome diz, acontece uma vez ao ano.
    Muitas vezes vemos irmãos iniciarem em nossas fraternidades e, aos poucos, vai desaparecendo. Não é intensão deste texto apontar os porquês. Mas gostaria de partilhar o pensamento sobre um detalhe que considero importante.
 Como diz a nossa regra e vida, “devido à fragilidade humana, devemos buscar uma radical transformação interior que o próprio Evangelho designa com o nome de conversão! (Rg, 7). Esta fragilidade, se não vigiarmos, nos arrebata de nosso ideal devido a tanta influencia que vem de todos os lados como por exemplo os meios de comunicação.
    Quando percebemos vamos nos habituando ao que é comum a quem busca uma espiritualidade como  nós franciscanos. Sem perceber, nos pegamos julgando o próximo, falando mal, às vezes do nosso irmão da fraternidade, outras vezes nos pegamos murmurando etc. Tudo isso é comum a grande  massa da sociedade que não se importa em viver uma espiritualidade como nós. A cruz que cristo quer que carreguemos é bem mais leve que esta. Precisamos estar vigilantes nesta conversão e na busca de viver o Evangelho nesta ótica de São Francisco. Só assim nós seremos fermento nesta massa e não massa se torne fermento em nosso coração. Já encontramos na carta que escreve o apostolo e irmão do Senhor Tiago. “Não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de seu irmão, ou o julga, fala mal da lei e julga a lei. E se julgas a lei, já não és observador da lei, mas seu juiz. Não há mais que um legislador e um juiz: Aquele que pode salvar ou perder. Mas quem és tu, que julgas o teu próximo?” (Tg 4,11-12).
    Um dia, por algum motivo, o irmão(ã), procurou onde teria uma fraternidade franciscana pois foram tocados de alguma forma à participar desta rica espiritualidade. Temos que, constantemente voltar ao “primeiro amor” como tão bem chamou Santa Clara. O nosso espirito se empolga com o que é novo mas logo se acostuma, deixa de ser novo, então precisamos renovar dentro de nós este primeiro amor. Não podemos deixar a chama se apagar pois assim, se deixarmos o sal perder o sabor, com que se salgará?(cf.: Mc 9,50). E não há melhor forma de estarmos com o mesmo calor do primeiro amor, que com nossa presença na fraternidade.
    É triste vermos irmãos que, por motivos que só ele e Deus o sabe, falta a uma ou duas reuniões e, em dado momento, não sente mais falta de estar com os irmãos na fraternidade.
    O sinal mais concreto de que um irmão sente falta de participar de nossa reunião e, nosso retiro anual, seria uma justificativa e, justificativa nada mais é que uma forma de expressar para à fraternidade que, procurou de diversas formas, um meio de não faltar a reunião mas que, esgotaram todas as alternativas. Não podemos deixar que passe uma falta ausência sem pegar o telefone para informar à fraternidade: “senti falta de estar com vocês mas não pude ir por motivo de; por exemplo: Meu primo veio do Nordeste e chegou na hora que eu ia sair não tendo onde se hospedar, ou ainda uma enfermidade que realmente impeça de sair de casa.
    Não podemos deixar que a necessidade de se ausentar de nossa fraternidade possa nos fazer acostumar com o afastamento para detrimento de sua própria espiritualidade, e da Fraternidade pois, a falta não justificada fere toda a fraternidade desde o seu sentido de, o que fizemos para que o irmão nos trate assim, até o financeiro pois, a fraternidade deve repassar o dizimo do faltoso para o regional.
   Que os nossos corações neste tempo do Advento que se inicia possa estar voltando-se para o Menino que nasce assim como nosso amor por Ele deve nascer todos os dias como nasceu em Francisco nos fazendo renovar por dentro de cada um de nós e no interior de nossa fraternidade.

                                                                                        Paz e Bem 

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